sexta-feira, 16 de julho de 2010

Renato

Não sabia o que sentia, apenas sentia, e aquilo o estava matando. Era um tipo de depressão em contraste com uma certa raiva e uma pitada de desespero. Não conseguia se concentrar em nada, não queria ver ninguém, a única coisa que passava em sua mente era o desejo incontrolável de sair dali, daquela vida, daquela cidade. Levantou-se de repente, passou a mão nas chaves e saiu com seu carro. Dirigia rápido, sem pensar aonde ia, apenas ia. E enquanto a cidade ia passando rápido pela janela sua vida passava por sua mente na mesma velocidade. E a cada memória tentava descobrir o que havia saído errado, porque sua vida estava daquele jeito e o que significava aquele sentimento dentro de seu peito. Qual escolha teria ele feito de errado? Em que ponto sua vida saiu dos trilhos e se transformou nessa confusão sem saída? E quanto mais se esforçava mais a resposta parecia escorrer por entre as frestas de sua mente na mesma rapidez em que a estrada escorria por debaixo de seus pés.

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